quinta-feira, 28 de maio de 2015

VUCO-VUCO - MOSSORÓ

Às seis horas da manhã, começam a chegar os primeiros comerciantes de um ponto popular da cidade, o mercado do "VUCO-VUCO". Os clientes costumam chegar cedo para negociar os produtos e o movimento que se intensifica ao longo do dia mostra que no local não faltam oportunidades para negociar.
Afinal, a variedade de produtos é enorme. Desde roupas, passando por artigos eletroeletrônicos, até por ferramentas usadas, de tudo se encontra nesse mercado popular que ganhou o apelido de VUCO-VUCO por causa da tradição dos comerciantes do local de realizarem troca, compra e venda de objetos usados.
Mas, hoje a realidade do "VUCO-VUCO" já está bem diferente de uma década atrás, quando o recebimento de usados era o forte do ponto comercial. Agora, muitos comerciantes atuam em atividades de venda de produtos novos, de objetos importados de países como Paraguai e de artigos produzidos em grandes centros do país.
A maioria dos boxes comerciais - e dos comerciantes - aposta na variedade dos aparelhos celulares, procura garantida de uma clientela que pode negociar o aparelho velho e levar o novo.
"Meu esposo vendia motos, mas mudou para a venda de celulares, baterias e acessórios por perceber que é melhor, atrai mais a clientela", explica Suyanne Dayanne Rodrigues, que trabalha com o esposo no VUCO-VUCO há mais de dez anos.
Quem permanece com o mesmo tipo de negócio é Francisco Lionel da Silva, conhecido no VUCO-VUCO por Lino Peças. Há 20 anos, ele trabalha com a venda de peças e utensílios variados, desde ferramentas, cordas, apetrechos de couro para os que trabalham no campo e muitas coisas mais. Se tem um ponto que faz jus à afirmação de que no VUCO-VUCO tem de tudo é, certamente, o comércio de seu Lino. Chama a atenção como num espaço tão pequeno pode ter tantas miudezas. Quando perguntado sobre artigos difíceis de encontrar em outros estabelecimentos comerciais, seu Lino mostra algo interessante: correias para chinelas havaianas.
“Se quebrar a correia, pode vir aqui só comprar a correia nova e economizar", explica o vendedor.
A maioria dos produtos seu Lino adquire nas viagens que faz a grande feira de Caruaru, em Pernambuco, que possui artigos muito usados na cultura nordestina.
Outro que aposta num tipo diferente de comércio é seu Dimas Cícero da Silva. Ele negocia com ferramentas usadas, numa banca montada do lado de fora do mercado.
"Vendia feijão verde e um dia, vindo aqui, vi que tinha procura por ferramentas usadas como martelos, espátulas de pedreiro entre outros. Hoje é meu ganha-pão", ressalta Dimas.

Barba, cabelo e bigode
Num cantinho em meio a boxes de produtos diversos está o estabelecimento de seu Raimundo Nonato, barbeiro antigo do VUCO-VUCO, do tempo em que uma barba completa era feita a navalha, num trabalho quase artesanal. Ao lado do colega Antônio Souza, conhecido por Ceará, seu Raimundo relembra que já teve uma clientela bem maior, que freqüentava a barbearia.
"Tem diminuído com o passar dos anos, mas ainda há clientes fiéis, antigos que sempre nos procuram", explica Raimundo

O começo no "Buraco do Tatu"
A feira do VUCO-VUCO tem importância do ponto de vista social, econômico e cultural. O gerente de Comércio e Turismo do município, Sílvio Mendes, ressalta que a cidade já se acostumou a recorrer àquele mercado para buscar miudezas, fazer trocas e adquirir produtos que já não se encontram com facilidade em outros comércios, como é o caso de discos de vinil, vitrolas entre outros.
"É um local muito importante para os pequenos comerciantes que vivem do comércio de produtos variados e para a população que pode recorrer àquele local pra comprar objetos com preços muito populares", ressalta o gerente.
Sílvio Mendes também relembra um pouco da história e do surgimento do VUCO-VUCO a partir de registros feitos pelo professor Almir Nogueira.
Segundo os registros históricos, o VUCO-VUCO teve sua origem no local conhecido como Buraco do Tatu, de propriedade de Antônio Mota da Silva quando ele montou sua barraca em janeiro de 1960 e atraiu uma feira livre para o local. Depois o VUCO-VUCO foi levado para a Praça Ulrick Graff, na Avenida Rio Branco, vizinho à Estação das Artes Eliseu Ventania. Depois, mudou-se em definitivo para o Largo do Chaveiro em homenagem a MANOEL ESTEVÃO DE BARROS, conhecido por  Manoel Chaveiro (1896 – 30/11/1976)     , na Avenida Rio Branco.
“O VUCO-VUCO é um dos símbolos da cultura popular em nosso município. Todas as classes sociais, pequenos comerciantes, vendedores ambulantes, médicos, advogados, professores e outros ali se dirigem pra comprar ou vender alguma coisa. Nesse espaço popular é possível encontrar de tudo um pouco", afirma Almir Nogueir
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ANTONIO MOTA DA SILVA

ANTONIO  MOTA DA SILVA, natural de Apodi-RN, nascido em 18 de março de 1912, filho de  FRANCISCO MOTA e de  FRANCISCA MOTA DA SILVA. Figura popular na cidade de Mossoró que criou fama pela sua paixão ao Potiguar, com charanga musical organizada todas as vezes que esse time aparecia em campo. Comprou uma barraca em 1956. Era uma barraca de festa e trazia o nome “BURACO DO TATU”, situada na Rua Paulo Albuquerque, bairro Boa Vista. Comprada a barraca resolveu fixa-la no local onde começou a funcionar uma feira livre. Em janeiro de 1960 foi estabelecida definitivamente a feira livre que tomou o nome que a antiga barraca do Velho Mota possuia e hoje está tomando conta do bairro Bom Jardim. Torcedor simbolo do Potiguar. Faleceu em Mossoró-RN, no dia  19 de maio de 1984, no Hospital Dix-sept Rosado.

FONTE – RUAS E PATRONOS DE MOSSORÓ, DE RAIMUNDO SOARES DE BRITO

REFORMA E AMPLIAÇÃO DO MERCADO DO VUCO-VUCO-RN


O MERCADO DO VUCO-VUCO, NA AV. RIO BRANCO, MOSSORÓ-RN, FOI REFORMADO E AMPLIADO EM 2000, NA GESTÃO DA ENTÃO PREFEIRA ROSALBA CIALINI. VEJA ACIMA A PLACA DESSA INAGURAÇÃO, EM JUNHO DE 2000

MERCADO DO VUCO-VUCO - MOSSORÓ

AV. RIO BRANCO - MOSSORÓ-RN

MERCADO DO VUCO-VUCO - MOSSORÓ

AV. RIO BRANCO, MOSSORÓPRN

MERCADO DO VUCO-VUCO - MOSSORÓ

VUCO-VUCO, AV. RIO BRANCO, MOSSORÓ-RN

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